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Facebook and Twitter have similar policies. But only Twitter is fighting Trump

Os dois gigantes da tecnologia estão divididos em como lidar com a crescente guerra de Trump às mídias sociais.

 

Veículo: Vox.com

Data de publicação: 29/05/2020

Autorx: Shirin Ghaffary

Título original: Facebook and Twitter have similar policies. But only Twitter is fighting Trump

The two tech giants are divided on how to handle Trump’s escalating war on social media.

Traduzido por/Translated by: Letícia Rodrigues

 

A decisão do Twitter de fazer checagem de fatos no Presidente Donald Trump na terça-feira por causa de declarações enganosas sobre votação por correio foi seguida por uma progressão sem precedentes da guerra de Trump nas redes sociais.


Em apenas alguns dias, a administração do presidente apontou um funcionário individual do Twitter em aparente retaliação, emitiu uma ordem executiva amplamente impraticável que tenta desfazer as regras fundamentais da Internet, e twittou “quando os saques começam, os tiros começam” em resposta a protestos da morte de George Floyd pela polícia em Minneapolis, Minnesota. Poucas horas depois daquele tweet, o Twitter adicionou um aviso, dizendo que ele violava as regras da plataforma por “glorificar violência”.


Sinalizando os tweets de Trump, o Twitter foi gradualmente mas significativamente tomando uma posição em executar suas políticas de discurso enganoso e violento, mesmo quando a pessoa twittando é um líder mundial. Fazendo isso, o Twitter abriu uma caixa de Pandora que significa que ele estará sob uma pressão opositora incrível nos próximos meses sobre quando e se ele deve, ou não, fazer essas escolhas.


Mas o colegas de tecnologia do Twitter — mais notavelmente o Facebook — tomaram uma abordagem diferente. Apesar de ter políticas bem parecidas com o Twitter em relação à moderação de conteúdo, o Facebook não aplicou nenhuma das etiquetas de checagem de fatos padrão aos posts de Trump (idênticos aos recentes no Twitter), e não planeja fazer isso.


Na verdade, a resposta imediata do Presidente Executivo do Facebook, Mark Zuckerberg à decisão do Twitter de checar os fatos foi insinuar que foi a decisão errada. Zuckerberg apareceu no Fox News Thursday — a plataforma favorita da administração de Trump — para declarar, como ele faz há anos, que o Facebook não está no negócio de ser um “árbitro da verdade”.


Na tarde de sexta-feira, no meio de crescentes críticas públicas e relatos de agitação entre funcionários do Facebook sobre a falta de ação em relação ao post “quando os saques começam, os tiros começam” de Trump, Zuckerberg apresentou suas razões para não apagá-lo.


Em um post em sua página pessoal no Facebook, ele escreveu que achou o post de Trump “profundamente ofensivo”, mas que ele não violou as políticas de incitação de violência do Facebook. Ele disse que a empresa viu o post como “um aviso sobre a ação do estado”, e que “as pessoas precisam saber se o governo está planejando movimentar força”.


Ele também deu outra cutucada na rede social competidora: “ao contrário do Twitter, nós não temos uma política de colocar um aviso na frente de posts que possam incitar violência porque nós acreditamos que se um post incita violência, ele deve ser removido independentemente de ser digno de notícia”, escreveu Zuckerberg.


Embora Facebook tenha insistido que não é um “árbitro da verdade” nos posts de Trump ou qualquer outro discurso político — ele tem políticas específicas para arbitrar discurso em vários outros tópicos espinhosos: nudez, violência, e, notavelmente, engano eleitoral (o que é exatamente como o Twitter inicialmente marcou Trump). No programa de Dana Perino no canal Fox, Zuckerberg estava reiterando sua defesa de longa data de que o Facebook é meramente uma plataforma para expressão, não uma empresa de mídia, e que deve ficar longe de tomar decisões que julgam discursos políticos, o que ele acredita que deve ser litigado por outros.


Isso também serviu para posicionar as companhias de tecnologia do Vale do Silício, algumas das empresas mais poderosas do mundo, como um ramo dividido. Zuckerberg criticou brevemente o impulso de Trump em regular a moderação de conteúdo de redes sociais, dizendo que “o governo escolher censurar uma plataforma porque está preocupado com censura não me parece o reflexo certo”. Mas a mensagem retumbante dessa entrevista foi que o Twitter está sozinho nessa batalha.


Trump rapidamente explorou esse desacordo, citando diretamente os comentários de Zuckerberg no canal Fox em um tweet que colocou a companhia ainda mais contra o Twitter.


Trump e seus apoiadores têm há algum tempo impulsionado a alegação infundada de que a elite do Vale do Silício está tentando fazer lavagem cerebral no grande público censurando discursos conservadores em suas plataformas. Agora ele está previsivelmente usando a checagem de fatos do Twitter em seus tweets para amplificar e intensificar esse argumento a caminho das eleições de 2020.


Nas suas respostas depois da checagem de fatos inicial do Twitter no começo da semana, Trump não ameaçou ações de retaliação só contra o Twitter, ele se referiu a todas as companhias de redes sociais. Mas parece que o Twitter não terá reforços nessa luta complexa, ao menos por agora.


Caso ele tenha, Facebook e Google parecem estar mantendo sua crítica aos ataques de Trump no Twitter entre quatro paredes ou pelo filtro de grupos de lobbying, equipes legais, e associações da indústria. Isso não é surpreendente. Como escrevi anteriormente, o Twitter pode ser excepcionalmente adequado para dar a cara a tapa ao moderar Trump porque não está nem perto de ser o mastodonte que Google ou Facebook são. Ele não enfrenta o mesmo escrutínio do governo que a concorrência. Ele também não depende de contratos ou publicidade do governo para formar uma grande parte do seu rendimento.


Mas Dorsey ainda é um relutante desafiante para Trump, como ele parece ter se colocado em o que certamente será uma rixa complexa e extensa com implicações no futuro do discurso na internet. É uma batalha que Dorsey deu duro para evitar. Durante anos, o Twitter deixou o presidente postar tweets imprecisos, implicitamente ameaçadores e possivelmente encorajadores à insurreição sem tomar nenhuma ação contra eles ou sua conta. Isso é por causa de uma política do Twitter (Facebook tem uma similar) que isenta os tweets de líderes mundiais de serem excluídos em muitas dessas situações, pois os tweets deles são tidos como “dignos de notícia”. É por isso que as ações do Twitter nesta semana ainda têm um alcance bastante limitado: ele não excluiu os tweets ou a conta de Trump, o que foi pedido por muitas pessoas.


Enquanto isso, no Facebook, o post de Trump dizendo que “quando os saques começam, os tiros começam”, idêntico ao que foi postado no Twitter — foi compartilhado mais de 4.000 vezes e tem quase 40.000 curtidas até a tarde de quinta-feira. O post de Trump sobre votação pelo correio, que o Twitter checou os fatos, também foi compartilhado no Facebook mais de 20.000 vezes e tem mais de 200.000 reações.


Um representante do Twitter se recusou a comentar a crítica do Facebook à forma com a qual o Twitter está lidando com os tweets de Trump. O Facebook não respondeu imediatamente a um pedido por comentários.


O Google permaneceu notavelmente em silêncio sobre a batalha do Twitter a checagem de fatos sobre Trump, embora a companhia lide regularmente com problemas similares em relação à moderação de conteúdo político por causa de sua plataforma de compartilhamento de vídeos, YouTube.


Em uma declaração para o Recode, um porta-voz do Google enviou uma declaração dizendo que enfraquecer a Seção 230, como a nova ordem executiva de Trump tenta fazer, “machucaria a economia da América e sua liderança global na liberdade na internet”. Um representante do Facebook enviou uma declaração parecida na quinta-feira. Ambas as empresas não responderam a um pedido para comentar se elas defendem o Twitter, especificamente, na questão.



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