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‘Nada mudou’ uma semana depois que George Floyd morreu em custódia

Manifestantes em Minneapolis demandam que todos os policiais envolvidos na morte do homem preto desarmado sejam responsabilizados.

 

Veículo: Aljazeera.com

Data de publicação: 02/06/2020

Autor: Lucien Formichella

Título original: Nothing has changed' a week after George Floyd died in custody Minneapolis protesters demand all officers involved in the unarmed Black man's death be held accountable.

Traduzido por/Translated by: Letícia Rodrigues

 

Minneapolis, Minnesota, EUA - Uma semana depois que George Floyd, um homem preto desarmado, morreu após um policial branco se ajoelhar no seu pescoço, manifestantes em Minneapolis, Minnesota, dizem que “nada mudou” em relação a como pessoas pretas são tratadas pela polícia.


“Eles estão dispostos a prender milhares para evitar prender quatro pessoas”, disse Ahnor Kelly, 25, que se mobilizou com milhares de outros fora da residência do governador de Minnesota no fim da segunda-feira.


“Eles estão dispostos a usar mais dinheiro dos impostos para acionar a guarda nacional do que dar às pessoas equidade na saúde, como equipamentos de proteção e testes”, Kelly disse ao Al Jazeera.


Na semana desde a morte de Floyd em 25 de maio, procuradores decidiram incriminar apenas um agente - Derek Chauvin - que se ajoelhou no pescoço de Floyd por quase nove minutos, durante os quais mais de dois, o vídeo mostrou, Floyd ficou imóvel. Chauvin foi incriminado na sexta-feira por homicídio preterdoloso e homicídio culposo.


Mas manifestantes, a família de Floyd e líderes de comunidades querem que os outros três oficiais envolvidos sejam presos também.


“Nos próximos 10 minutos, nós queremos que o Governador Tim Walz e o chefe de polícia prendam o resto dos policiais”, disse um orador no comício de segunda-feira na residência do governador em St Paul, que é vizinha de Minneapolis.


Kelly adicionou que “isso [protestos em massa] vai parar se eles prenderem aqueles quatro policiais” mas “até que eles façam isso, vão continuar acontecendo”.


O comício de segunda-feira veio apenas algumas horas depois que relatórios de autópsia liberados por examinadores médicos independentes e do condado concordaram na sentença de que a morte de Floyd foi um homicídio, mas eles diferiram em parte quanto à causa.


A autópsia particular, obtida pela família de Floyd, descobriu que o homem de 46 anos morreu de asfixia por compressão do pescoço e costas pela polícia, de acordo com os advogados da família Floyd.


O Examinador Médico do Condado de Hennepin descobriu que Floyd “experienciou uma parada cardiorrespiratória enquanto era retido por agente(s) policial(is)”. Dizia que Floyd sofria de “outras condições significativas”, incluindo doença cardíaca e hipertensão, intoxicação por fentanil e uso recente de metanfetamina.


“[Nós] não precisamos de um médico para nos dizer o que você sabe que viu claramente na TV”, disse Justin Pritchard, que participou da manifestação de segunda-feira.


‘Diga o nome dele’

A morte de Floyd desencadeou protestos globais em solidariedade aos manifestantes em mais de 120 cidades dos EUA, de acordo com um registro do Al Jazeera.


Embora os protestos têm às vezes caído em violência com saques, vandalismo e incêndios, especialmente quando cai a noite e os toques de recolher entram em ação, eles têm se mantido amplamente pacíficos, caracterizados por entoar algumas das últimas palavras de Floyd “eu não consigo respirar” e “sem justiça, sem paz”.


Ainda, as tropas da Guarda Nacional foram chamadas, milhares de prisões foram feitas, e a polícia respondeu com gás lacrimogêneo, balas de borracha, e granadas de atordoamento, incluindo em vários protestando pacificamente.


Mais de 2.000 se juntaram fora da residência do governador do Minnesota no fim da tarde de segunda-feira, ouvindo oradores e líderes de comunidades.


“Se você nunca parar de lutar, adivinha o que vai acontecer eventualmente?” perguntou Mel Reeves, um jornalista e ativista, da multidão.


“Nós venceremos”, ele disse.


Os manifestantes então marcharam pelas ruas, entoando “diga o nome dele! George Floyd!” e “o que nós queremos? Justiça!”


“Eu estou triste pela minha cidade”, disse o residente de Minneapolis Brendon Smith, que também marchou por Philando Castile e por seu “melhor amigo” Jamar Clark, ambos homens pretos desarmados mortos pela polícia em Minnesota em anos recentes.


Justin Pritchard, 35, que morava perto da intersecção em que Floyd morreu, disse que como um homem preto, ele teve que repensar fazer até as mais simples tarefas.


“Eu não quero nem trocar dinheiro mais porque aquilo podia ter acontecido comigo, você sabe. Alguém poderia ter me dado U$ 20 falsos”, disse Prichard, se referindo ao fato de que Floyd foi parado pela polícia por supostamente tentar usar uma nota de U$ 20 falsificada.


Pritchard concorda que não foi muito que mudou na semana desde a morte de Floyd, mas ele continua esperançoso.


“É ótimo, todo o apoio”, ele disse ao Al Jazeera. “Mas quanto à mudança, eu não acho que muito mudou agora, mas eu estou otimista que irá.”

 

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