Projeto Traduções LIVRES
Polícia De Louisville Deixou Corpo De David McAtee Na Rua Por 12 Horas
Veículo: Theintercept.com
Data de publicação: 01/06/2020
Autor: Aida Chávez
Título original:
Louisville Police Left The Body Of David McAtee On The Street For 12 Hours
Traduzido por/Translated by: Luisa Brasil
O corpo de David McAtee permaneceu estendido nas ruas de Louisville, Kentucky, por cerca de 12 horas na segunda-feira. McAtee foi morto por agentes da lei logo após a meia-noite do domingo, 31 de maio, em meio aos protestos contra a violência policial em toda a nação. Ao meio-dia do dia seguinte, os manifestantes se reuniram no local. O corpo de McAtee ainda estava lá.
McAtee, proprietário de uma churrascaria local e uma figura adorada na comunidade, foi baleado e morto após a polícia de Louisville e a Guarda Nacional abrirem fogo contra uma multidão reunida em um estacionamento na 26ª com a Broadway. Como proprietário da YaYa’s BBQ, McAtee era conhecido por fornecer refeições gratuitas a oficiais da polícia. Pessoas presentes no local e testemunhas disseram que a multidão não estava protestando quando a polícia chegou. A polícia alega que eles estavam respondendo com fogo após a multidão começar a atirar.
O governador do Kentucky Andy Beshear atribuiu o assassinato ao Departamento de Polícia Metropolitana de Louisville e à Guarda Nacional. Os oficiais de polícia, segundo o prefeito de Louisville Greg Fischer, não ativaram suas câmeras corporais em forma de violação de diretrizes. Como resultado, o chefe de polícia Steve Conrad foi demitido, mas mantém o recebimento de sua pensão. O chefe interino Robert Schroeder, na conferência de imprensa, parecia seguir a declaração de Beshear, pendente de investigação. “Nós não sabemos quem atirou nele”, disse ele, “nós não sabemos se isto foi relacionado a um incidente diferente, se foi devido aos disparos feitos pelos nossos oficiais e soldados da Guarda Nacional que os acompanharam”. A coletiva de imprensa não abordou porquê o corpo de McAtee foi deixado do lado de fora e a polícia de Louisville não respondeu ao pedido por comentários.
Robert LeVertis Bell, um ativista comunitário que está concorrendo ao Conselho Metropolitano de Louisville no 4º Distrito, estava entre as centenas de manifestantes que se reuniram na cena no início da tarde de segunda-feira. Ele disse que a multidão era composta principalmente por membros da comunidade, não experientes ativistas, que estavam com raiva e machucados. “Nós já estávamos lidando com a morte de Breonna Taylor”, disse ele, referindo-se ao alvejamento de uma jovem mulher preta dois meses atrás.
“Mesmo se eles tivessem algum tipo de razão legítima e processual para isso [manter o corpo em cena], você pensaria que eles teriam em mente o trauma que estão causando quando o fazem, especialmente tendo experimentado isso no caso de Mike Brown em Ferguson”, disse Bell. “Esta é a primeira coisa que eu pensei, que isto é terrorismo... porque é aterrorizante, ainda que eles não tenham tentado fazer isso intencionalmente”.
Os protestos contra a brutalidade policial ao redor do país viram uma escalada de violência ao longo do final de semana, com policiais dirigindo veículos contra multidões e disparando balas de borracha, gás lacrimogêneo e granadas de atordoamento, em confrontos que viralizaram nas mídias sociais. A polícia deteve mais de 4.100 pessoas ao longo dos dias de protestos, de acordo com um registo da Associação de Imprensa, e vários manifestantes foram mortos. Na noite do sábado em Omaha, Nebraska, Jake Gardner, o proprietário branco de um bar, disparou e matou James Scurlock, um homem preto de 22 anos, fora de seu estabelecimento. Na segunda-feira, os promotores disseram que o homem agiu em legítima defesa e não será acusado. Calvin L. Horton Jr. foi alvejado e morto do lado de fora de uma loja de penhores em Minneapolis. Chris Beaty, um ex-jogador de futebol americano, e Dorian Murrell foram também alvejados e mortos em incidentes separados em Indianápolis ao longo do final de semana, ainda que não tenha ficado imediatamente claro quem era responsável por nenhuma das mortes. Um manifestante morreu em St. Louis após supostamente ter sido arrastado na via expressa por um caminhão da FedEx.
Na coletiva de imprensa do prefeito, o deputado estadual Charles Booker, de Kentucky, natural de Louisville, e que desafia Mitch McConnell para o Senado em 2020, falou pela comunidade. "Minha voz está tensa porque também grito e choro", disse ele, e pediu que os policiais envolvidos na morte de Taylor fossem aliviados de seus deveres e que as investigações sobre a morte de Taylor fossem aceleradas. "Perder o emprego quando alguém morre por suas mãos é um preço baixo a pagar".
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