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Protesto em Long Island elogiado por Trump é apoiado por ativistas Antivacina [...]

[...] que pedem enforcamento de Anthony Faucy.

 

Veículo: Theintercept.com

Data de publicação: 17/05/2020

Autorx: Robert Mackey

Título original: Long Island Protest Praised by Trump Featured Anti-Vaxxer Call to “Hang Fauci”

Traduzido por/Translated by: Miranda Perozini

 

O Presidente dos Estados Unidos expressou no sábado, seu apoio a um protesto contra as ordens de saúde pública do estado de Nova York, apoiadas por uma milícia antigovernamental, e ativistas antivacinas que pediram a execução do Dr. Anthony Fauci, imunologista sênior do país.

O comício "Re-Open NY" (Reabra NY), realizado na quinta-feira em Commack, Nova York, foi organizado por um grupo de apoiadores de Trump que se autodenominam Setauket Patriots, apoiados também por ativistas antivacinação e pela filial de Long Island dos Oath Keepers (ou Guardiões do Juramento, em tradução livre), uma organização nacional de policiais da ativa e da antiga e, veteranos militares que pensam estar defendendo o país de uma série de ameaças imaginárias criadas pelo Governo Federal.

Em meio a um mar de bandeiras americanas e faixas de Trump, vários dos cartazes erguidos pelos manifestantes faziam referências às teorias de conspiração promovidas e criadas por ativistas radicais antivacinas que demonizam Fauci e o filantropo Bill Gates.

Além de cartazes pedindo a reabertura do comércio em Nova York, outros cartazes canalizaram teorias da conspiração de ativistas antivacinas que acreditam que Bill Gates está, de alguma forma, por trás da crise. “Apenas diga NÃO a Bill Gates”, dizia uma placa. Outro, com pontuação característica, dizia: "Meus filhos não são ratos de laboratório para a vacina de Bill Gates".

O protesto do lado de fora de uma loja de departamentos fechada contou com a participação de apenas algumas centenas de pessoas, mas chamou a atenção nacional depois que um repórter local, Kevin Vesey, postou um vídeo de si mesmo sendo atacado por manifestantes.

Os manifestantes reproduziram as discussões antimídia do presidente ao reclamarem com Vesey que seu canal, News 12 Long Island, "havia parado de transmitir as instruções - briefings - de Trump" e o provocaram com palavras de ordem: "Notícias falsas não são essenciais". Uma mulher disse ao repórter: "Você é o vírus". Outro o acusou de "destruir Suffolk e Long Island" por meio de reportagens sobre a crise do coronavírus.

O condado de Suffolk, onde ocorreu o protesto, está entre os mais atingidos nos Estados Unidos, com 37.942 casos confirmados de Covid-19 e 1.733 até esse sábado. Isso significa que o condado suburbano de Nova York, com pouco menos de 1,5 milhão de pessoas, tem uma taxa de mortalidade quatro vezes maior que a média nacional. Um desses casos foi Vesey, da News 12, que teve um resultado positivo no mês passado e recentemente se recuperou de um caso relativamente leve da doença.

Durante a longa reportagem pelo Facebook Live da manifestação, Vesey foi ameaçado à queima-roupa por um homem de chapéu e camisa com referências a Trump, que não usava máscara, mas disse que não precisava manter distância porque: “Eu comprei hidroxicloroquina; eu vou ficar bem, mano. ”

O homem segurava uma placa que pedia que o governador democrata de Nova York, Andrew Cuomo, fosse deposto e, em outro, acusava seu irmão, Chris Cuomo, de mentir sobre sua luta com o Covid-19.

Outro manifestante levantou uma placa dizendo que Fauci "tem que ir" e afirmou falsamente que ele "trabalha" para a Organização Mundial da Saúde.

A reportagem televisiva que Vesey apresentou na noite de quinta-feira incluía o vídeo de um dos manifestantes exibindo uma placa para a câmera que dizia: "Enforquem Fauci, Enforquem Gates, abram todos os nossos estados".

Na manhã de sábado, em um tweet que lembrou seu elogio infame aos supremacistas brancos que marcharam em Charlottesville em 2017, Trump descreveu os manifestantes que atacaram o repórter como "Ótimas pessoas!"

James Robitsek, líder do grupo pró-Trump chamado Setauket Patriots que organizou o protesto, confirmou em uma mensagem no Facebook no sábado, que seu apelo aos oponentes do lockdown para se manifestarem foi apoiado pela milícia local antigovernamental, Oath Keepers. "Eles copiaram meu post e criaram o seu próprio grupo", disse Robitsek sobre o Oath Keepers. “Eles vêm aos nossos eventos e vice-versa. Todos compartilhamos eventos, nosso grupo tem de 40 a 50 membros. ” O encontro de quinta-feira, disse ele, contou com "muitas pessoas de outros grupos, ou que apenas viram o post e quiseram vir".

O Oath Keepers é uma referência à crença de seus membros de que eles são unidos pela promessa de "defender a Constituição contra todos os inimigos, estrangeiros e locais", mesmo que isso signifique desafiar o governo. Como Justine Sharrock relatou para Mother Jones em 2010, um ano após a fundação do grupo, alguns dos primeiros membros estavam convencidos de que não demoraria muito “para que o Presidente Obama encontre algum pretexto - uma pandemia, um desastre natural, um terror, um ataque – para impor leis de estado de guerra, proibir viagens interestaduais e começar a deter cidadãos em massa ”.

Em uma carta aberta publicada online no mês passado, a filial do grupo de milícias de Long Island ecoou essa crença, declarando que as ordens do estado de fechar negócios, igrejas e reuniões públicas eram atos de "um governo autoritário agindo sob o disfarce da benevolência" E criara “ uma situação insustentável ” que justificaria a resistência. "Qualquer governo ou representante governamental que age dessa maneira tende a agir contra a Constituição, e deve ser visto e taxado dessa forma", escreveu o grupo.

O fundador do gripo nacional, Stewart Rhodes, advogado libertário e ex-funcionário de Ron Paul, zombou de Trump no início desta semana por twittar em apoio a manifestantes na Pensilvânia que desejam reabrir o comércio. "Eles estão usando as diretrizes da SUA administração, incluindo o paradigma orwelliano 'essencial/não essencial', que é como algo fora da URSS", twittou Rhodes em resposta ao presidente.

No Twitter, Rhodes também compartilhou teorias de conspiração contra vacinas relacionadas à pandemia de Covid-19, incluindo um meme que descreveu Gates como uma “eugenista e globalista empurrador de vacinas” e incitou os leitores a “se recusarem a tomar QUALQUER vacina financiada por ele, 'obrigatória' ou não."

Ele também incentivou seus seguidores a ouvir um podcast no qual Robert F. Kennedy Jr. atacou Gates e divulgou uma teoria da conspiração sobre Fauci. As manchas sem fundamento à imagem de Fauci foram feitas pela primeira vez por um desacreditado cientista que alega, sem evidências, que o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas ocultou sua pesquisa sobre como as vacinas podem danificar o sistema imunológico das pessoas. Essas falsas alegações sobre Fauci e Gates foram amplamente divulgadas pelo grupo de conspiração pró-Trump, QAnon, e por ativistas antivacinas proeminentes que assumiram um papel de liderança nos protestos recentes, exigindo o fim das ordens emergenciais de saúde pública na Califórnia, Texas e Nova Iorque.

Robitsek, o líder dos Setauket Patriots, insistiu que três das pessoas vistas assediando o repórter no vídeo gravado por Vesey "não estavam associadas ao nosso grupo" e sugeriu que pelo menos um deles - o homem que recusou ficar longe do repórter - poderia ser um possível “integrante de grupos de esquerda locais que eram contra as nossas manifestações em Commack”. Em caso afirmativo, o homem passou despercebido por algum tempo, já que uma fotografia na página do Setauket Patriots no Facebook mostra que ele também estava em um protesto anterior no mesmo local há duas semanas. Na ocasião, que também foi coberta por Vesey para o News 12 Long Island, o homem não tentou assediar o repórter e não fez nada para manchar a reputação dos manifestantes.

Quanto à mulher que disse a Vesey que ele era o vírus, Robitsek a chamou de "maluca" e observou que ela vai a protestos em toda a região dos três estados de Nova York, Nova Jersey e Connecticut, provocando confrontos e filmando-os para a página de seu grupo no Facebook.

Robitsek, que disse que está desempregado há quase nove semanas e ainda não recebeu nenhum pagamento do estado, divulgou a manifestação como uma tentativa não partidária de pressionar Nova York a deixar as pessoas seguirem a vida. "Todos nós precisamos trabalhar", disse ele. "Dê-me meu seguro desemprego e ficarei em casa, mas preciso pagar minhas contas e comer. As pessoas estão ficando desesperadas”.

Ansioso para contrariar a publicidade negativa gerada pelo vídeo de Vesey, Robitsek também sugeriu que um "grupo de mães locais" que se opunha à manifestação estava "conspirando com a mídia antes mesmo de começar". Mas a única evidência que ele pode citar era a captura de tela de uma postagem no Facebook de um membro do grupo Commack Parents Network, no qual ela simplesmente havia negado um pedido de entrevista de Vesey, alegando que o repórter poderia preferir que um ou mais deles explicassem os motivos que os faziam se opor ao protesto de reabertura ocorrido em sua cidade.

Robitsek também disse que seu grupo concordou em não agitar bandeiras de Trump, numa tentativa de ser apartidário, mas muitos membros de outros grupos que compareceram ao comício o fizeram. Entretanto, Robitsek usava o que parecia ser um dos bonés vermelhos de Trump, embora um pouco discreto - com "EUA" costurado na frente e "45" na lateral - e uma máscara, enquanto carregava uma bandeira americana. Além de seu grupo e o Oath Keepers, disse Robitsek, membros da Sociedade Conservadora para a Ação também participaram do comício, bem como "um grupo de pessoas antivacinas".

 

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